PROTEACEAE

Roupala asplenioides Sleumer

EN

EOO:

30.926,338 Km2

AOO:

68,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: PARANÁ, Município de Guaratuba (Hatschbach 21275); RIO GRANDE DO SUL, Municípios de Bom Jesus (Rodrigues 98), Cambará do Sul (Waechter 1808), São Francisco de Paula (Rambo 49423), São José dos Ausentes (Barboza 4191), Vacaria (Sobral 8124); SANTA CATARINA, Municípios de Bom Jardim da Serra (Reitz 7453), Bom Retiro (Reitz 2689), Garuva (Korte 6259), Orleans (Kassner-Filho 2641), São Joaquim (Smith 14398), Urubici (Falkenberg 7956).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Critério: B2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore de até 8 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Foi documentada em Floresta Ombrófila associada a Mata Atlântica nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Apresenta distribuição relativamente ampla, porém restrita à fitofisionomia florestal severamente fragmentada, cinco situações de ameaça, considerando-se as regiões geográficas em que foi documentada, e AOO=64 km². Ocorre de maneira disjunta, com um grupo de subpopulações ocorrendo principalmente no Paraná e outro, no nordeste do Rio Grande do Sul e sudeste de Santa Catarina. Aparentemente , suas subpopulações não são abundantes (Steenbock et al., 2011; Siminski et al., 2011). O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam somente 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. Restam entre 7%-22% da Mata Atlântica original nos estados em que a espécie foi documentada (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019), todos posicionados entre os 10 maiores responsáveis pela desmatamento contínuo verificado na Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). A criação de gado é uma ameaça a biodiversidade no sul do Brasil (Overbeck et al., 2009). Entre os municípios de ocorrência da espécie, São Francisco de Paula tem altos índices de desmatamento, o quarto maior do país, e todos apresentam extensões significativas de florestas convertidas em pastos (Lapig, 2019). A contaminação biológica por Pinus sp. e outras exóticas/ invasoras na Serra do Ibitiraquire (PR), que há poucos anos atingia apenas montanhas de menores altitudes, já é verificada em trechos mais elevados e em setores mais distantes das áreas antropizadas (Mocochinsky e Scheer, 2008). Ainda, turismo desordenado (Mocochinsky e Scheer, 2008) e silvicultura em larga escala (Lapig, 2019) promovem desmatamentos e a redução na cobertura de vegetação nativa nos estados em que R. asplenioides foi registrada. Diante desse cenário, infere-se declínio contínuo em extensão e qualidade do habitat. Assim, E. asplenioides foi considerada "Em perigo" (EN) de extinção novamente. Recomenda-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada.

Último avistamento: 2018
Quantidade de locations: 5
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Em Perigo" (EN) na Portaria 443 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re- acessado após 5 anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Não
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 EN

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em: Bot. Jahrb. Syst. 76(2): 160. 1954 [Jan 1954]

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Em dois estudos realizados em Santa Catarina foram encontrados oito indivíduos (Steenbock et al., 2011) e nove indivíduos (Siminski et al., 2011), em 0,8 ha de floresta secundária de formação florestal ombrófila mista.
Referências:
  1. Steenbock, W., Siminski, A., Fantini, A. C., Reis, M. S., 2011. Ocorrência de Bracatinga (Mimosa scabrella BENTH.) em bracatingais manejados e em florestas secundárias na região do planalto catarinense, Revista Árvore, v.35, p.845-857, 2011.
  2. Siminski, A., Fantini, A. C., Guries, R. P., Ruschel, A. R., Reis, M. S., 2011. Secondary Forest Succession in the Mata Atlantica, Brazil: Floristic and Phytosociological Trends. International Scholarly Research Network - Ecology, p. 19, 2011.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Árvore com 8 m (Felitto 783), que habita a Floresta Ombrófila na Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Proteaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB13786>. Acesso em: 19 Mai. 2019

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat past,present,future regional high
A criação de gado é uma ameaça a biodiversidade no sul do Brasil. O pastejo excessivo resulta em diminuição na cobertura do solo e em riscos de erosão, além de substituição de espécies forrageiras produtivas por espécies que são menos produtivas e de menor qualidade, ou até mesmo na perda completa das boas espécies forrageiras. Em 1996, 7 milhões ha na Região Sul do Brasil eram utilizados com pastagens cultivadas, principalmente com espécies não-nativas (Overbeck et al., 2009).
Referências:
  1. Overbeck, G. E., Müller, S. C., Fidelis, Pfadenhauer, J., Pillar, V. P., Blanco, C. C., Boldrini, L., Castilho, Z. M. S., JAacques, A. V. A., 2009. Os Campos Sulinos: um bioma negligenciado. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 26-41 p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat past,present,future local high
A Mata Atlântica do Rio Grande do Sul remanescente é de 7,33% (SOS Mata Atlãntica; INPE, 2009). Entre os municípios de ocorrência da espécie, São Francisco de Paula tem altos índices de desmatamento da Mata Atlântica, o quarto maior do país, tendo suprimido 40,09 km² entre 2002 a 2008 (MMA; IBAMA, 2010). O município de São Francisco de Paula com 327295 ha, tem 80% de seu território ocupado com floresta plantada (45257 ha), lavoura de milho (3000 ha), soja (1500), pastagem (213939 ha) (Lapig, 2019).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2009. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica: Período 2005-2008. 2009. 156 p.
  2. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, IBAMA. Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros por Satélite. Acordo de Cooperação Técnica MMA/IBAMA: Monitoramento da Mata Atlântica 2002 a 2008, Brasília, DF, p.42, 2010.
  3. Lapig, 2019 http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html acesso em 17 de maio 2019.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas habitat,locality,occupancy,occurrence past,present,future local medium
A conduta inadequada de pessoas em atividades recreativas vem causando impactos significativos aos campos de altitude do Paraná. Os mais comuns são o estabelecimento descontrolado de áreas de acampamento, abertura de trilhas e atalhos, uso inadequado do fogo e coleta de espécies vegetais para uso ornamental. Os impactos resultantes podem ser agravados com o estabelecimento de espécies exóticas invasoras nas áreas impactadas, que tendem a se propagar com maior vigor que a vegetação nativa em regeneração (Mocochinsky; Scheer, 2008).
Referências:
  1. Mocochinski, A. Y., Scheer, M. B., 2008. Campos de altitude na Serra do Mar paranaense: aspectos florísticos, Floresta, 38: 625-640.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat,occupancy past,present,future regional high
O município de Cambará do Sul com 120865 ha, tem 69% de seu território ocupado com floresta plantada (25669 ha), lavoura de milho (450 ha), pastagem (57317 ha) (Lapig, 2019). Cerca de 61% da cobertura vegetal do município de Bom Jesus é área de pastagem (Lapig, 2019)
Referências:
  1. Lapig, 2019 http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html acesso em 17 de maio 2019.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5 Law & policy on going
Considerada "Rara" pela Listavermelha da flora do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995). A espécie foi avaliada como "Em perigo" EN no Livro Vermelho do CNCFlora 2013 e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014).
Referências:
  1. Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA/GTZ). Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná, Curitiba, PR, p.139, 1995.
  2. CNCFlora. Roupala asplenioides - in Lista Vermelha da flora brasileira Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/ Roupala asplenioides>.
  3. Ministério do Meio Ambiente (MMA), 2014. Portaria nº 443/2014. Anexo I. Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção. Disponível em: http://dados.gov.br/dataset/portaria_443. Acesso em 14 de abril 2019.
Ação Situação
1 Land/water protection needed
A espécie ocorre em territórios que serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território 24 (SC).
Ação Situação
1 Land/water protection on going
A espécie foi coletada no Parque Nacional dos Aparados da Serra (Waechter, 1808)

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.